sábado, 25 de novembro de 2017

Os desafios do ministério pastoral hoje


A classe de pastores sofre uma crise de descrédito como nunca antes, desencadeada pela falta de integridade teológica e moral entre os pastores. Essa crise deve-se à ameças que rondam os pastores, dentre elas, algumas: pastores não conversos que vivem uma farsa; falta de vocação para o ministério; indolência e descuido; ganância pelo ganho e desinteresse pela salvação das pessoas; instabilidade emocional; insegurança no ministério; pastores com equívocos teológicos no ministério; pastores autoritários e dominadores e pastores sofrentes do despotismo; excessivo romantismo do ministério; pastores com o matrimônio arruinado; desregramento financeiro e pecado no ministério.
É pela Sua graça que Deus dá a vocação aos pastores para servir à Sua igreja com humildade, cuja missão de apascentar é nutrir a igreja com a Palavra de Deusa, defender a igreja das ferozes ameças de heresias, relacionar-se com os membros para auxiliá-los e animá-los. Sendo o pastor vocacionado, ou seja chamado por Deus, ele cuida do rebanho de Deus com conhecimento e agudeza de espírito.
Diante do atual quadro de crise política e moral, assim como nos tempos de Elias, é grave também, a apostasia espiritual prevalecente. Elias serve como um exemplo de preparo para o pastor para enfrentar a atual crise e, a chave para esse preparo é a oração. Não pode haver vida de pregação sem oração. Antes de que o pastor seja enviado a trabalhar para Deus, Deus quer trabalhar na vida do pastor, preparar o pastor chamando-o ao deserto e à fornalha a fim de prová-lo para estar pronto para a batalha espiritual.
Para romper com a crise espiritual pastoral, o pastor precisa de verdadeira e profunda piedade. Piedade significa viver o que se prega e não apenas uma aparência e agir profissionalmente. Trata-se também viver uma vida oração, estreiteza com Deus, que é mais importante que a pregação. Não pode haver pregação nem elaboração de planos independentes de oração. E a pregação no púlpito também exige estudo constante da Palavra de Deus. Os pastores precisam da unção do Espírito Santo que vem somente através de uma vida de oração para se tornarem pregadores cheios de poder. Uma outra coisa que deve haver é a pregação com paixão, e esta significa forte princípio.
2 Tessalonicenses 2 apresenta 3 características de como deve ser a vida do pastor hoje, quais sejam: procura conversão das pessoas e não comodidade; procura trabalhar em vez de alcançar lucros; e procura antes a aceitação de Deus que dos homens. O apóstolo Paulo foi pregador que demostrava ser produtivo no ganhar almas e com seu desprendimento sincero, apresentava sua mensagem sem lisonjear, mas com amor e cuidado como que de mãe. Ele se identificava com as ovelhas e por isso, a palavra apresentada era eficaz. Deus era glorificado e o povo fortalecido para a luta espiritual e confirmado para o encontro com o Senhor na sua segunda vinda.
2 Timóteo 4:6-23 nos ensina através da vida de Paulo que a vida pastoral é também marcada pelo sofrimento, mas a graça de Deus nos habilita a encarar a luta e a dor com a esperança da recompensa. Nos combates de Paulo, a graça de Deus o capacitou a enfrentar o sofrimento da dor solidão, do desprezo e do esquecimento, de perseguições, fortes oposições e privações físicas, mentais e espirituais.
Em Atos 20:17-38, são apresentados sete compromissos que o pastor tem. Primeiro é com Deus, ou seja, relacionar-se com Ele, pois está a Seu serviço e isso demanda humildade. O pastor precisa ter compromisso consigo mesmo, pois é necessário pastorear a si mesmo antes de pastorear a igreja; necessário vigiar para não cometer aquilo que reprova nem cair no descrédito. É necessário compromisso com a Palavra Deus, pois ela deve ser pregada com fidelidade para a salvação, não apenas para multidões, mas também para pequenos grupos. O pastor tem compromisso também com o ministério, pois para isso foi chamado e consagrado e, esse deve ser exercido com abnegado esforço e entusiasmo. Em seu compromisso com a igreja, deve cuidar de todos e não só dos mais maleáveis, não se impôr nem explorar, defender o rebanho dos ataques dos lobos, tanto de fora quanto de dentro. Outro cuidado devido é com o dinheiro para que este não afete o motivo para servir à obra nem sua falta afete à sua dedicação. Por fim, demonstrar afeto especialmente de maneira verbalizada.
Embora o apóstolo Paulo tivesse o direito de mantido pela igreja, preferiu não fazer uso desse direito para não causar dificuldade ao evangelho, por amor aos pecadores e a si mesmo. Esse direito estava pautado no seu próprio apostolado, na sua experiência humana e a prática do sistema levítico da lei do Antigo Testamento. Os pastores devem exercer seu ministério sem pensar em lucros não podem ser remissos; as igrejas não devem deixar de ser fiéis na manutenção de seus obreiros.


Resumo livro:
LOPES, Hernandes Dias. De pastor a pastor: princípios para ser um pastor segundo o coração de Deus / Hernandes Dias Lopes. São Paulo: Hagnos, 2008.