A classe de
pastores sofre uma crise de descrédito como nunca antes,
desencadeada pela falta de integridade teológica e moral entre os pastores.
Essa crise deve-se à ameças que rondam os pastores, dentre
elas, algumas: pastores não conversos
que vivem uma farsa; falta de vocação para o ministério; indolência e descuido; ganância pelo ganho e desinteresse pela
salvação das
pessoas; instabilidade emocional; insegurança no ministério; pastores com equívocos teológicos no ministério; pastores autoritários e dominadores e pastores
sofrentes do despotismo; excessivo romantismo do ministério; pastores com o matrimônio arruinado; desregramento
financeiro e pecado no ministério.
É pela Sua graça que Deus dá a vocação aos pastores para servir à Sua igreja com humildade, cuja
missão de
apascentar é nutrir a
igreja com a Palavra de Deusa, defender a igreja das ferozes ameças de heresias, relacionar-se com
os membros para auxiliá-los e animá-los. Sendo o pastor vocacionado,
ou seja chamado por Deus, ele cuida do rebanho de Deus com conhecimento e
agudeza de espírito.
Diante do
atual quadro de crise política e
moral, assim como nos tempos de Elias, é grave também, a apostasia espiritual
prevalecente. Elias serve como um exemplo de preparo para o pastor para enfrentar
a atual crise e, a chave para esse preparo é a oração. Não pode haver vida de pregação sem oração. Antes de que o pastor seja
enviado a trabalhar para Deus, Deus quer trabalhar na vida do pastor, preparar
o pastor chamando-o ao deserto e à fornalha a fim de prová-lo para estar pronto para a
batalha espiritual.
Para romper
com a crise espiritual pastoral, o pastor precisa de verdadeira e profunda
piedade. Piedade significa viver o que se prega e não apenas uma aparência e agir profissionalmente. Trata-se
também viver uma
vida oração,
estreiteza com Deus, que é mais
importante que a pregação. Não pode haver pregação nem elaboração de planos independentes de oração. E a pregação no púlpito também exige estudo constante da Palavra
de Deus. Os pastores precisam da unção do Espírito Santo que vem somente através de uma vida de oração para se tornarem pregadores
cheios de poder. Uma outra coisa que deve haver é a pregação com paixão, e esta significa forte princípio.
2
Tessalonicenses 2 apresenta 3 características de como deve ser a vida do
pastor hoje, quais sejam: procura conversão das pessoas e não comodidade; procura trabalhar
em vez de alcançar lucros;
e procura antes a aceitação de Deus
que dos homens. O apóstolo Paulo
foi pregador que demostrava ser produtivo no ganhar almas e com seu
desprendimento sincero, apresentava sua mensagem sem lisonjear, mas com amor e
cuidado como que de mãe. Ele se
identificava com as ovelhas e por isso, a palavra apresentada era eficaz. Deus
era glorificado e o povo fortalecido para a luta espiritual e confirmado para o
encontro com o Senhor na sua segunda vinda.
2 Timóteo 4:6-23 nos ensina através da vida de Paulo que a vida
pastoral é também marcada pelo sofrimento, mas a
graça de Deus
nos habilita a encarar a luta e a dor com a esperança da recompensa. Nos combates de
Paulo, a graça de Deus o
capacitou a enfrentar o sofrimento da dor solidão, do desprezo e do esquecimento,
de perseguições, fortes
oposições e privações físicas, mentais e espirituais.
Em Atos
20:17-38, são
apresentados sete compromissos que o pastor tem. Primeiro é com Deus, ou seja, relacionar-se
com Ele, pois está a Seu
serviço e isso
demanda humildade. O pastor precisa ter compromisso consigo mesmo, pois é necessário pastorear a si mesmo antes de
pastorear a igreja; necessário vigiar
para não cometer
aquilo que reprova nem cair no descrédito. É necessário compromisso com a Palavra Deus,
pois ela deve ser pregada com fidelidade para a salvação, não apenas para multidões, mas também para pequenos grupos. O pastor
tem compromisso também com o
ministério, pois
para isso foi chamado e consagrado e, esse deve ser exercido com abnegado esforço e entusiasmo. Em seu compromisso
com a igreja, deve cuidar de todos e não só dos mais maleáveis, não se impôr nem explorar, defender o rebanho
dos ataques dos lobos, tanto de fora quanto de dentro. Outro cuidado devido é com o dinheiro para que este não afete o motivo para servir à obra nem sua falta afete à sua dedicação. Por fim, demonstrar afeto
especialmente de maneira verbalizada.
Embora o apóstolo Paulo tivesse o direito de
mantido pela igreja, preferiu não fazer uso
desse direito para não causar
dificuldade ao evangelho, por amor aos pecadores e a si mesmo. Esse direito
estava pautado no seu próprio
apostolado, na sua experiência humana
e a prática do
sistema levítico da lei
do Antigo Testamento. Os pastores devem exercer seu ministério sem pensar em lucros não podem ser remissos; as igrejas não devem deixar de ser fiéis na manutenção de seus obreiros.
Resumo livro:
LOPES, Hernandes Dias. De pastor a pastor: princípios para
ser um pastor segundo o coração de Deus / Hernandes Dias Lopes. São Paulo:
Hagnos, 2008.