domingo, 17 de setembro de 2017

O cristão pode usar joias?


O que a Bíblia diz sobre o uso de joias? O cristão pode usar joias? Existem princípios claros nas Escrituras sobre o uso de joias? Esse é um tema que tem gerado bastante discussão: o uso de joias e adornos, debatido entre cristãos, sobretudo os evangélicos tradicionais e modernos. Uns são a favor e outros, contrários.

É perceptível que muita gente tem demonstrado disposição para mudar com relação a vestimenta, a adereços e outros detalhes. Nem todo todos acham que seja importante ou obrigatório. Dentre muitas ideias, uma interessante é: "Não acho que Deus se importa com a minha aparência exterior, ele se importa mesmo é com o meu coração, minha sinceridade". Para alguns o que importa é o que vai no interior. Já ouvi até alguém dizer, por exemplo, que "os meus brincos e os meu colares e pulseiras que eu uso em meu corpo não me tiram do céu, porque quem salva é só Jesus".

Essas afirmações tem um pouco de verdade, mas, no entanto, é uma armadilha enganosa e perigosa, simplesmente porque deixam de levar em consideração que, apesar de certas coisas não determinarem um meio de salvação, certamente revelam a resposta de um coração de alguém que experimenta a graça salvadora e a transformação que tal graça efetuou/efetua no coração de quem a recebe. Em outras palavras, como é impossível um trator passa por cima de uma pessoa e essa não sofrer nenhuma mudança, é impossível não ser perceptível uma mudança até mesmo no exterior de alguém que é "atingido" pela salvação de Jesus.

Sendo assim, é claro que a Bíblia tem princípios e diretrizes para a vida daqueles que trilham o caminho do reino de Deus. As normas de vida cristã não são sem sentido e irrazoáveis. Os princípios bíblicos transpõem época e cultura e não são mutáveis nem redefiníveis por usos e costumes e isso se dá com relação à joias e adereços. Passemos agora para o que a Bíblia diz sobre o assunto: 

Quem usava joias?
1) (Juízes 8:24 - NVI). "E prosseguiu: Só lhes faço um pedido: que cada um de vocês me dê um brinco da sua parte dos despojos. (Os ismaelitas costumavam usar brincos de ouro)". 

Era costume dos povos pagãos usarem brincos, pendentes.

2) (Números 31:50 - NVI). "Por isso trouxemos como oferta ao Senhor os artigos de ouro dos quais cada um de nós se apossou: braceletes, pulseiras, anéis de sinete, brincos e colares; para fazer propiciação por nós perante o Senhor".

Nesse contexto vemos que os objetos de ouro eram despojos dos inimigos do povo de Deus.

O uso de joias ligado à idolatria
1) (Gênesis 35:4 – NVI) “Então entregaram a Jacó todos os deuses estrangeiros que possuíam e os brincos que usavam nas orelhas, e Jacó os enterrou ao pé da grande árvore, próximo a Siquém.”

Percebe-se aqui que junto com os brincos usados nas orelhas, os da família de Jacó entregaram os ídolos (“deuses estranhos” – ARA), mostrando a relação que havia entre o estilo de vida, o culto pagão e o uso de objetos pendentes no corpo. Esse costume de origem pagão alguns da família de Jacó adquiriram pelo contato com aqueles e também pessoas que eram de cultura pagã que passaram a fazer parte da família de Jacó.

2) (Salmos 73:6 – ARA). “Pelo que a soberba lhes cinge o pescoço como um colar; a violência os cobre como um vestido.”

Há aqui uma comparação com a soberba, o orgulho (NVI), obstinação. Normalmente o que é orgulhoso não mantém oculto o orgulho, e isso é notável, pois o que está no “pescoço” é visível e está à mostra. Aí ostentação é algo evidente. Por qual razão alguém usaria algo pendendo no pescoço, nas orelhas ou nos pulsos a não ser por ostentação, para exibir luxo ou simplesmente chamar atenção para o seu “eu”? 

Quando o “eu” está em evidência, se aparece mais que a simplicidade de uma vida cristã originada por Deus no ser, então a atenção e a glória que devia ser dirigida à Divindade é desviada para o ego do ser humano, e isso se constitui em IDOLATRIA de acordo com o primeiro e segundo mandamentos do decálogo: “Não terás outros deuses além de mim. Não farás para ti nenhum ídolo [...]” (Êxodo 20:3,4 – ARIB).

A ordem de Deus
1) (Êxodo 33:3-6 – NTLH) 3 “Vocês irão para uma terra boa e rica. Porém eu não irei, pois vocês são um povo teimoso, e eu os poderia destruir no caminho.
4 Quando Moisés deu essa mensagem aos israelitas, eles começaram a chorar, e ninguém usou as suas joias.
5 Então o SENHOR mandou que Moisés dissesse a eles: – Vocês são um povo teimoso. Se eu fosse junto com vocês, mesmo que fosse por apenas um momento, eu os destruiria completamente. Agora tirem as suas joias, e eu vou resolver o que fazer com vocês.
6 Assim, depois que os israelitas saíram do monte Sinai, não usaram mais joias.

Mais uma vez nesses versos vemos a ligação do uso de joias com “obstinação” que está ligada à idolatria. Deus deu uma ordem ao seu povo para retirar suas joias que eles trouxeram do Egito. Agora o povo foi libertado por Deus. Essa ordem de Deus serviu para cortar toda relação e recordação da escravidão. O Egito é símbolo do pecado. Deus os libertou para serem livres e distintos, serem um exemplo do que é ser um povo liberto e exclusivos de Deus. Deviam ser um exemplo para o mundo, um testemunho sem nada que os escravize e os desviem da verdadeira adoração a Jeová o Seu Deus, Senhor e Libertador.
Como deveria ser o costume do povo de Deus hoje? Deve haver uma marcante diferença? Como entender as implicações desses textos em nossa vida diária?






A atual crise de autoridade sobre revelação


Na questão da Revelação há atualmente uma crise de autoridade. Sem Revelação não há Teologia. A única maneira de conhecer a Deus é pela revelação que Ele faz de si mesmo. O conceito tradicional de Revelação que comunica verdades objetivas é desafiado pela Revelação Existencial. Tomás de Aquino foi quem influenciou toda a Teologia Católica até o II concílio do Vaticano.

A nova corrente teológica – a NEO-ORTODOXIA, rompeu com a posição da Reforma com respeito à Revelação. Para eles a revelação ocorre agora quando a Palavra de Deus que é Cristo é proclamada e recebida pela fé. Oscar Cullmann e W. Pannenberg, falam da Revelação como a história da Salvação. Já F. Schleiermacher, Albrecht Ristsch e C.H. Dodd unanimemente falam da Revelação como uma experiência interior. Gregory Baum e Gabriel Moran compreendem a Revelação como uma percepção ou consciência. Para a Teologia da Libertação, Revelação ocorre quando conhecemos e aceitamos o chamado de Deus para participar da luta histórica por libertação. 

A Teologia Liberal afirma que a Revelação Geral é suficiente para a salvação. A tradição de Tomás de Aquino afirma que a mente racional com a ajuda da analogia de Deus é capaz de provar a existência e a perfeição de Deus. A revelação especial que é dada através de sonhos, visões teofanias, alcançou seu clímax em Jesus Cristo.    

Nas eras moderna e pós-moderna muitos cristãos concluem que a revelação cognitiva especial procedente de Deus é impossível. Abordando a doutrina da Revelação, os teólogos tentam interpretar as Escrituras partindo da suposição de que em sua redação participaram unicamente seres humanos. Os críticos históricos veem no conteúdo das Escrituras o produto de um longo processo de evolução cultural. As Escrituras falam de uma variedade de padrões divinos na Revelação. Na introdução da Epístola aos Hebreus Paulo afirma que “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, [...]” (Heb. 1:1-2 ARA).

Resenha de leitura por: Gilberto B. da Silva

Referências:

REID, George W (Ed.). Compreendendo as escrituras: uma abordagem adventista. Engenheiro Coelho: UNASPRESS, 2007.  págs. 59-91.